O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (Crea-SP) pretende vistoriar todas as 2 mil vigas dos viadutos, pontes e passagens de nível do Trecho Sul do Rodoanel. Uma equipe com integrantes do conselho, das empreiteiras que constroem as pistas e do Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), empresa ligada ao governo estadual e responsável pelas obras, começou os trabalhos na última segunda-feira (23).
Segundo o superintendente operacional e chefe de fiscalização do Crea-SP, Ademir Alves do Amaral, o CREA-SP quer saber “se as vigas usadas em todo o Trecho Sul estão em condições de serem utilizadas, se têm as mesmas características das outras, quais são do mesmo lote [das vigas que caíram no dia 13 de novembro], se têm o mesmo padrão de qualidade”. “Nosso foco são as pré-moldadas”, ressaltou.
Na segunda feira da semana passada (16), três dias após o acidente que feriu três pessoas na obra sobre o Rodoanel na altura da cidade de Embu, o presidente do Conselho, José Tadeu da Silva, já havia ponderado algumas das possíveis causas do desabamento das quatro vigas. Segundo ele, a montagem incompleta (apenas quatro das cinco vigas previstas puderam ser instaladas; a quinta sofreu danos no transporte) e problemas estruturais na fabricação das vigas também poderiam ser causas do acidente.
Na hipótese haver uma falha de fabricação, o CREA-SP espera colher dados suficientes com as vistorias para alertar sobre os riscos de novos problemas. As vigas de concreto pré-moldadas levam 28 dias para maturar. Para acelerar o processo de secagem é utilizado um produto químico que provoca endurecimento e secagem rápidos. “É normal colocar o produto para acelerar o processo. O importante é secar. Por isso, vamos analisar todas as vigas da obra para levantar dados das peças, ver se têm o mesmo padrão”, destacou o chefe da fiscalização do CREA.
*Com informações do Portal G1