A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Osasco (AEAO) lamenta a tragédia ocorrida no último domingo, 2 de setembro, quando o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, pegou fogo transformando grande parte da história do nosso país em cinzas.
Diante dessa perda irreparável, não há como deixar de refletir sobre a importância da manutenção, do zelo pelo patrimônio e de estar em dia com os pré-requisitos que garantem a segurança e a preservação de um imóvel.
O Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) estão entre as exigências. Embora sejam burocráticos, precisam ser rigorosamente cumpridos. No caso de um patrimônio cultural, não basta tombar o edifício. É fundamental neste caso redobrar os cuidados com as ações preventivas.
O prédio do Museu Nacional completou 200 anos em junho deste ano e, mesmo apresentando sinais de má conservação, já não recebia verba para manutenção desde 2014. Isso fatalmente expôs o edifício e todo seu acervo à negligência e a um grande déficit de atenção por parte dos órgãos responsáveis.
Infelizmente, o Museu mais antigo do país não foi a única tragédia anunciada, o Edifício Wilson Paes e o Museu da Língua Portuguesa também estão entre os patrimônios históricos vítimas das chamas e do descaso do poder público.
Não dá para esperar que outras tragédias como essas aconteçam. São patrimônios do povo brasileiro; da humanidade. O poder público não pode considerar contingenciar recursos e esforços no que diz respeito à manutenção e ações preventivas nestas instalações. Desta vez não houve feridos, e isso é importante. Mas, além da perda incalculável, pois apenas dois dos quadros que havia lá somavam aproximadamente R$ 100 milhões, mais de 20 milhões de relíquias e 200 anos de história deixaram de existir.